O Moodle, software de suporte à prática pedagógica executado em ambiente de aprendizagem on-line, está entre os de maior aceitação em todo o mundo. Os números impressionam: são mais de 200 países que o utilizam, somando mais de 68 mil sites relacionados a ele; destes, quase cinco mil são brasileiros.
É a simplicidade e, ao mesmo tempo, a grande flexibilidade operacional e de configuração, que dão ao Moodle tantos fãs. E eles resolveram se unir, organizando uma conferência dedicada a usuários, desenvolvedores e administradores do ambiente: o MoodleMoot.
O evento acontece em diversos países e os participantes têm a chance de, juntos, tirar dúvidas, discutir conceitos e vencer desafios relacionados especificamente ao uso do ambiente virtual na educação.
“É uma oportunidade de dividir conhecimento, aprender, colaborar e criar uma rede de contatos. Nosso objetivo principal é reunir esta comunidade para trocar ideias e experiências”, informam os organizadores da conferência australiana em seu site.
No Brasil, o evento foi realizado pela primeira vez em 2007. Como, anualmente, são lançadas duas novas versões do Moodle, os organizadores brasileiros da conferência decidiram fazer dois encontros por ano, assim, em cada evento são apresentadas as novidades da versão divulgada mais recentemente.
O 9° MoodleMoot Brasil, realizado em Florianópolis entre os dias 9 e 10 de outubro de 2014, pela primeira vez aconteceu fora de São Paulo.
Renato Araujo e Ronnald Machado, ambos da coordenação de Tecnologia da Informação da CCEAD, estiveram nos dois eventos de 2014.
Renato explica os objetivos do evento no Brasil: “O foco não é acadêmico, mas prático. O perfil mais pragmático do evento atrai um número maior de pessoas da área de tecnologia, apesar de também haver linhas de discussão e palestras sobre recursos pedagógicos. Os participantes discutem os recursos e as ferramentas do Moodle, além de melhores práticas do uso do ambiente para a educação”.
Ronnald lembra que o último evento, que ocorreu em Santa Catarina, foi pensado especialmente para desenvolvedores: “Foi interessante porque não houve palestras com objetivos comerciais, já que não havia a participação de empresas que usam o Moodle como negócio”.
No primeiro MoodleMootBrasil de 2014, realizado em maio, em São Paulo, Renato e Ronnald conheceram a versão 2.7 do Moodle, viram as vantagens que ela acrescentaria aos cursos da PUC-Rio e decidiram que era importante fazer a migração da versão utilizada anteriormente. Apenas alguns meses depois, ambos estiveram no evento de Santa Catarina e descobriram a versão 2.8: “Estamos convencidos da necessidade de adotar esta versão do Moodle aqui na PUC e já estamos trabalhando nisso. Esperamos fazer a mudança no primeiro semestre de 2015”, explica Renato.
Outro destaque do evento realizado em Santa Catarina foi a palestra com um desenvolvedor do MoodleHeadquarter (Moodle HQ). Para entender a importância desta palestra, é preciso explicar que o Moodle é um software livre, com uma comunidade de desenvolvedores distribuída por todo o mundo e que precisa de muita organização para estruturar as manutenções e o lançamento de novas versões. O Moodle HQ é uma espécie de instituição localizada na Austrália, sem fins lucrativos, responsável por desenvolver, controlar e lançar as novas versões do Moodle no mundo inteiro.
“Foi excelente ter a oportunidade de ouvir um desenvolvedor do Moodle HQ. Ele falou sobre o processo de desenvolvimento da comunidade e como são controladas as participações dos demais desenvolvedores nas revisões e nos lançamentos de novas versões. Falou também do controle de qualidade das programações e a seriedade envolvida na elaboração de novas ferramentas”, diz Ronnald.
Os dois representantes da PUC-Rio assistiram a várias palestras e três chamaram a sua atenção: a primeira sobre práticas pedagógicas inovadoras, com destaque para o uso diferente das ferramentas do software com foco na melhoria da aprendizagem; a segunda sobre a criação de ferramentas para o ensino de linguagens de programação, auxiliando professores na correção de atividades de computação; a terceira sobre o desenvolvimento de temas gráficos para a customização das novas versões do Moodle.