Diante das mudanças ocorridas na sociedade atual, não só imersa em novas tecnologias, mas em novas maneiras de se relacionar e de se comunicar, como refazer o sentido do que é feito em sala de aula? Há um leque enorme de situações e práticas que precisam ser pensados, repensados, atendidos ou implementados nas salas de aula. Algumas questões surgiram em diferentes eventos e encontros e as listamos aqui: quem forma o formador? Como lidar com os transtornos emocionais que surgem e afetam o desempenho acadêmico? De que maneira os professores podem conseguir atrair a atenção dos alunos usando os mesmos ambientes nos quais eles estão inseridos, de modo a criar uma linguagem que lhes seja familiar? Como motivar o interesse dos alunos durante as aulas? Essas questões permeiam o dia a dia das atividades de professores e alunos na universidade. As motivações que fomentaram a criação da Rede de Apoio ao Docente (RAD) surgiram não só dessas reflexões, mas de algumas ações que já existiam na universidade, como a atuação da Rede de Apoio ao Estudante (RAE), que presta atendimento multidisciplinar aos alunos. A Coordenação Central de Graduação (CCG), que coordena a RAE, compreendeu a necessidade de implementar na universidade um atendimento específico também para uma demanda dos próprios docentes. Assim, abraçou a iniciativa e criou a Rede de Apoio ao Docente (RAD), lançada oficialmente no IV Seminário de Práticas Inovadoras no Ensino Superior, realizado em junho. A RAD possui duas vertentes: a da formação docente continuada e de apoio aos professores. Até a criação da Rede, os docentes buscavam apoio para assuntos relacionados às suas atividades, porém de forma fragmentada. Agora eles possuem um canal específico para isso, com um contato único. A ideia é facilitar o acesso de professores e alunos. Além disso, a RAD se configura como um local de troca entre os docentes e também com a universidade, permitindo um diálogo mais direto entre todos. Coordenada pela CCG, integram a RAD também a Rede de Apoio ao Estudante (REA) e a Coordenação Central de Educação a Distância (CCEAD). Para viabilizar da melhor maneira este diálogo mais direto entre os professores a respeito das questões do cotidiano em sala de aula, as ações da RAD preveem atividades periódicas, tais como cursos, oficinas e seminários sobre temas de interesse dos docentes. É importante salientar que os atendimentos realizados pela RAD não estão voltados apenas para professores da graduação, mas também para a pós-graduação. Durante o processo de estruturação da Rede ficou claro que as ênfases de atendimento eram muitas. Sendo assim, definiu-se que a CCEAD ficaria responsável pela parte tecnológica e metodológica do fazer didático, enquanto a RAE se ocuparia de tratar especificamente as questões que envolvem a relação professor x aluno, motivação e ética em sala de aula.

 

Ênfase na formação continuada

 

Para atender os objetivos da RAD de oferecer formação continuada e realizar a capacitação no uso de novas metodologias e tecnologias, a CCEAD atua promovendo oficinas regularmente. Nessas ocasiões, os docentes trocam experiências e têm a oportunidade de conhecer a atuação de seus colegas, ampliando os horizontes de estratégias e novas ideias para suas próprias atuações a partir daí. As oficinas pedagógicas de tecnologias digitais ocorrem duas vezes por semestre; no primeiro semestre aconteceram dois encontros: “Metodologias ativas na construção de novas práticas pedagógicas”, ministrada por Leila Vilela (CTC) e Gilda B. de Campos (CCEAD) e “Trilhas de Aprendizagem e Gamificação: aplicações e implicações na educação superior”, ministrada pela professora Adriana Leiras (CTC). À medida que as Oficinas foram sendo oferecidas, os professores sentiram a necessidade de trocar experiências e de aprender uns com os outros, pois muitas soluções podem ser úteis para todos e as trocas ocorridas têm sido bastante produtivas.

 

Foco na relação professor x aluno

 

Há um número crescente de alunos que apresenta questões emocionais delicadas, cujas consequências são desordens de aprendizagem, de relacionamento e até de abandono do curso. Outra questão que merece dedicação e cuidado é a inclusão de alunos com necessidades variadas, que vão desde condições físicas até transtornos de diferentes naturezas. Os professores precisam estar preparados para lidar com situações desse tipo em sala de aula. Para trabalhar esses tópicos e também temas como práticas motivacionais na sala de aula, saúde mental, cognição e aprendizagem, a RAE promove cursos de práticas pedagógicas semestralmente, estruturados em cinco encontros sequenciais com duração de 2h30 cada. A RAE é composta por cinco núcleos que visam atender essas situações: o Núcleo de Apoio e Inclusão da Pessoa com Deficiência (NAIPD), Núcleo de Orientação e Atendimento Psicopedagógico (NOAP), Serviço Comunitário de Orientação Psicológica (PSICOM), Serviço de Orientação ao Universitário do CTC (SOU-CTC) e Serviço de Psicologia Aplicada (SPA). A ideia é que a RAE atue como mediadora nos casos especiais que envolvem a relação entre professores e alunos. Além disso, é um centro de acolhimento importante para os que estão ingressando na universidade, pois o período de adaptação é muitas vezes difícil. Com as ações da RAD, espera-se que os professores se sintam seguros e amparados para exercerem suas funções da melhor maneira, com o respaldo de saberem que há um espaço de troca onde são atendidos e ouvidos em busca das melhores soluções. Afinal, eles são os contatos diretos e próximos dos alunos, portanto, os mais aptos a identificar possíveis situações que merecem atenção.