O Moodle é um software livre de apoio à aprendizagem executado em ambiente virtual e é um instrumento poderoso na educação a distância, além de ser bastante usado em aulas regulares da graduação como apoio ao presencial.
André Pimentel, professor da disciplina Físico-Química dos cursos de Química e Engenharia Química, começou a utilizar o Moodle em 2012 e percebeu que as turmas apresentaram um desempenho muito superior depois da adoção do software como parte de um novo método pedagógico.
“Utilizo o Moodle de diferentes formas. Por exemplo, faço enquetes sobre os temas trabalhados em aula e de acordo com as respostas, preparo exercícios visando a melhoria do aprendizado. Os testes virtuais funcionam da mesma forma. Após as aulas, os alunos realizam testes não para ter mais disciplina ou para obter nota, mas para avaliar o que aprenderam em sala. Assim, são capazes de saber onde há dificuldades; podem repetir o teste várias vezes até sentir que dominam bem o conteúdo. É um excelente auxílio para eles”, explica o professor.
As pesquisas de avaliação também são bastante utilizadas, pois permitem que o professor conheça as características de cada aluno e da turma como um todo. São vinte e quatro perguntas de múltipla escolha, cujas respostas levam a informações importantes. O professor Pimentel diz que a aula é organizada de acordo com os resultados da avaliação: “Consigo saber se a turma tem um raciocínio lógico, compreende o ensino, reflete criticamente, ou mesmo se interage com o professor e com os colegas na sala de aula. Posso até fazer uma autoavaliação com as opiniões em relação a mim, ao curso e ao conteúdo. Dessa forma, tenho um feedback permanente dos alunos e vou adaptando a aula a partir disso. É comum que os alunos sintam vergonha de fazer perguntas em sala de aula porque não querem mostrar suas dificuldades, mas com esse feedback feito nas enquetes, eu preparo minhas aulas e consigo excelentes resultados”.
Outra vantagem é a possibilidade de usar o Moodle quando ocorre algum imprevisto: “Já fiquei preso no trânsito e impossibilitado de ir à PUC por causa de doença, liguei para a PUC e um monitor aplicou testes online no RDC. Com isso, o tempo de aula não foi perdido”.
Físico-Química sempre foi uma das disciplinas mais temidas dos cursos de Química e Engenharia Química. É preciso usar conhecimentos de várias disciplinas anteriores, inclusive Cálculo, um dos grandes “vilões” do Centro Técnico Científico da PUC. Se um aluno tiver dificuldade em matemática, por exemplo, vai ter dificuldades nesta disciplina.
O professor André Pimentel garante que não há razões para se preocupar, pois o uso do Moodle auxilia os alunos, até mesmo na hora da prova: “O número de reprovações diminuiu depois que comecei a usar esse recurso. Claro que não é apenas o Moodle o responsável pela mudança das notas, há uma melhoria na qualidade de ensino do professor, mas, sem dúvida o Moodle contribuiu muito”, diz o professor.
Ficar em prova final era regra nesta disciplina. A nota média da disciplina variava entre três e quatro. Sete e meio era considerada uma excelente nota e o número de zeros era considerável. Hoje, a nota média está próxima de seis. “Muitos alunos ainda consideram esta disciplina um bicho de sete cabeças, afinal, há conversas nos corredores, no Facebook etc. Mas os comentários estão mudando. Hoje, tenho alunos de outros cursos, como Engenharia em Nanotecnologia, cursando esta disciplina como eletiva, coisa que seria impossível no passado. É claro que é uma matéria difícil, mas se o aluno estudar e seguir a metodologia pedagógica, passa. E pode passar até com uma certa tranquilidade. Nesse semestre, tivemos algumas notas dez, nota nove e nenhum zero. A grande maioria ficou com nota entre quatro e meio e seis e meio. No semestre passado, em uma turma de cinquenta pessoas, metade passou direto”, afirma o professor André Pimentel.
O professor André Pimentel sabe que o uso do Moodle vai além de simplesmente colocar material em um ambiente virtual. Ele conta que teve um grande trabalho inicial para arrumar tudo, mas sempre soube que não bastaria lançar slides, testes e exercícios e deixar que os alunos navegassem por conta própria: “Professor que faz isso está enganado”, diz. O segredo, revela, é investir em testes simples e de múltipla escolha que fornecem dados estatísticos, importantes para ter o feedback da turma e, assim, adaptar as aulas. Os resultados aparecem nos gráficos de avaliação e também no rendimento da turma.
Em muitos casos, não sabemos como estudar em casa e o Moodle nos ajuda nesse sentido porque oferece recursos para resolver esse problema. Há um foco e sabemos como usar o material disponível no ambiente, o que inclui provas e exercícios feitos especialmente para treinarmos para a prova, ou seja, ficamos preparados para o que será cobrado no dia da avaliação em sala de aula; não há surpresas e ninguém fica perdido.
Mayara Mara Leite de Souza.
5º período de Engenharia Química
Graças ao Moodle, nessa disciplina, temos mais material para estudar. Posso testar meus conhecimentos e usar o conteúdo disponível online – slides das aulas e questionários, por exemplo – para tirar minhas maiores dúvidas. Também fica mais fácil para o professor avaliar a turma de forma mais completa. O professor é capaz de identificar nossas maiores dificuldades e trabalhar isso em sala de aula, dando uma explicação melhor e mais focada nos problemas da turma. Ainda há a vantagem de poder acessar o ambiente em qualquer horário. Já entrei no Moodle às cinco da manhã.
Mariana Aguiar de Azevedo Tavares.
6º período de Engenharia Química
O Moodle ajuda o aluno e o professor porque os testes do ambiente oferecem uma estatística de como a turma está e quais são as dúvidas que os alunos têm em relação à matéria, então, o professor trabalha em sala de aula a partir das dificuldades da turma. Geralmente, os professores não sabem como os alunos estão estudando e com o Moodle isso é possível, por isso, seria legal usar o Moodle em outras disciplinas.
Ivee Mendes Marins.
6º período de Engenharia Química