Cursos em Harvard, certificados da MIT, aulas com professores de Yale… tudo de graça e sem sair de casa. Os anúncios atraem pessoas de todo o mundo e não são propaganda enganosa: não há ressalvas em letras menores, nem contratos exigindo qualquer pagamento. Para completar a alegria das pessoas ávidas por conhecimento, a febre dos cursos gratuitos a distância já se espalhou por todo o mundo e aulas on-line são oferecidas por inúmeras universidades, desde as mais caras e prestigiadas até as menos conhecidas.
Faculdades da Europa e dos Estados Unidos desenvolveram plataformas específicas para estudantes on-line; estes devem realizar tarefas e trabalhos ministrados por professores especialistas das faculdades. Os cursos duram, geralmente, cerca de três meses e exigem uma dedicação semanal de 5 a 10 horas.
No Brasil, universidades estão apostando em projetos similares. A PUC-Rio, através da Coordenação Central de Educação a Distância, oferece cursos on-line abertos e gratuitos, além de objetos digitais educacionais com temas variados, todos disponíveis no site da CCEAD em http://www.ccead.puc-rio.br/
O objetivo é compartilhar saberes e incentivar a utilização das TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação – para beneficiar, cada vez mais, professores, alunos e o público em geral.
Ricardo Basílio e Simone Bernardo de Castro, respectivamente gerente de projetos e designer didático da CCEAD, trabalharam juntos no desenvolvimento dos cursos on-line livres.
O primeiro curso, sobre combustíveis, apresenta conceitos e definições básicas sobre combustíveis e seus derivados nas mais diversas formas, além de sua importância para a indústria.
Simone explica como é apresentado o conteúdo do curso: “Nosso objetivo é apresentar as ideias gerais sobre o tema através de telas e vídeos acessados pelos alunos. No final, há uma atividade que não é avaliativa, apenas visa testar o conhecimento absorvido pelo estudante. Após a realização desta atividade, é emitido um certificado de participação automaticamente pelo próprio ambiente”.
Um segundo curso, ainda em desenvolvimento, será sobre a Revolução Industrial: “O modelo de apresentação do conteúdo será o mesmo, assim como a atividade final e a emissão do certificado”, explica Simone.
Ricardo Basílio lembra que, além dos cursos, estão disponíveis também objetos de aprendizagem: “São conteúdos educacionais multimídia que apoiam a prática docente do ensino médio na área de química. A diferença desses conteúdos e dos cursos abertos é que aqui a CCEAD não exige a realização de atividades nem emite certificado de participação. Ainda assim, é um material lúdico e leve, mas ao mesmo tempo com um conteúdo sólido e rico, mostrando situações contextualizadas que colaboram para o melhor entendimento dos temas abordados”.
Por fim, a CCEAD disponibilizou também em sua página na internet um curso chamado “Aluno on-line”, para ajudar as pessoas que estão entrando no universo da educação a distância a compreender o que é necessário para realizar este tipo de formação e dar dicas de como adquirir hábitos importantes para a EAD.
Os MOOCs fazem sucesso na educação a distância aberta. Estes cursos abertos são realizados, normalmente, em ambientes virtuais de aprendizagem, mas podem ser realizados também em redes sociais.
Eles surgiram a partir dos Recursos Educacionais Abertos, os REAs, e têm como objetivo atingir um grande número de alunos, uma vez que não são necessários pré-requisitos comuns no momento de inscrição de cursos presenciais.
Em 2012, conhecido como o ano dos MOOCs, houve um alto investimento financeiro por parte de importantes instituições de educação e isso ajudou a popularizar os cursos abertos.
Atualmente, existem algumas variações. Por exemplo, nem sempre são emitidos certificados de participação. De qualquer forma, há duas características básicas de qualquer MOOC. Em primeiro lugar, o acesso é efetivamente aberto, ou seja, a participação não está atrelada à matrícula em uma escola clássica e não existe cobrança obrigatória de qualquer tipo de taxa, apesar de possíveis custos de manutenção em alguns casos. Em segundo lugar, os MOOCs são criados para atingir um número de participantes ilimitado e não é necessária uma quantidade mínima de participantes para que sejam iniciados.